“Assim como nasce
O sol todos os dias
Alimentando
O tojo
Perfumado, eternamente,
Pelas flores
Amarelo ouro,
Canta minha alma
Todo dia
Este acalanto,
Que aquece e ilumina
A penumbra ao redor,
Espantando as sombras
Para que brilhe
Mais alto
A vida que pulsa
Em meu coração
Que entoa:
Esperança!”
Dia 31 de dezembro é comemorado o Dia Mundial da Esperança.
É o momento de festejar a entrada de um novo ano, quando todos nós experimentamos o doce anseio de uma vida mais feliz, mais leve, saudável, próspera, repleta de amor e de possibilidades.
Esse é um instante único, porque no mundo inteiro unem-se os corações, alinhando-se na mesma sintonia: esperança.
Todavia, poucos sabem que a Esperança é uma emoção ativa, baseada em dados de realidade, e também na transcendência da fé, diferente do otimismo, este bem menos profundo, tendo um aspecto mais mental.
O otimismo é na maioria das vezes alicerçado pelas ocorrências do cotidiano, se tudo esta bem o otimismo floresce, se tudo está ruim o otimismo desaparece.
A esperança caminha de outra forma, quando tudo esta ruim ela mantem-se mais forte, e quando tudo está bem, permanece ativa.
Pode-se dizer que a esperança é tijolo de construção da vida humana, é matéria prima da vida anímica e matéria viva da nossa existência, por isso deve ser dinâmica, e precisa ser cultivada, alimentada e trabalhada, para que o homem e a mulher ao vivenciá-la atuem de forma a concretizar seus anseios.
Com esperança os dias mais duros e sombrios, que nos ferem como espinhos, são vistos a partir de um cenário interno de bem estar e de serenidade.
Sem esperança os dias, ainda que ensolarados e prósperos, são cinzentos, arrastados, sem graça, melancólicos e desprovidos de prazer. Torna-se insuportável viver sem esperança…
Por isso, aquele que quiser robustece-la precisa agir, começando por fortalecer também a fé.
E a fé para ser forte, operante e não se tornar estéril deve se basear na observação calma, paciente e sábia da vida e da natureza, para que transcenda às coisas desse mundo. Pois, quando não é baseada na sabedoria
transcendente, ela desmorona com facilidade, transformando-se muitas vezes em ira contra a vida e o Criador.
No polo oposto da esperança há sempre a dúvida, a inquietação da incerteza, que se não for passageira, durando somente o instante saudável da verificação do rumo tomado, destroe o ânimo, inundando a pessoa de inseguranças, pessimismo, depressão, angustia e ansiedade, levando muitas vezes à apatia e a falta de ação focada.
Para trabalhar essa crença emocional chamada esperança deve-se também observar a vida na natureza, olhando para o passado para apreciar o presente, aprendendo sobre o tempo, sobre o momento da semeadura, do cultivo, da colheita, das finalizações, e dos recomeços, ciclicamente. Para que surja a visão de futuro, e a compreensão mais clara da vida, usar o recurso da meditação e das preces é indicado. Ler biografias de pessoas notadamente esperançosas, como por exemplo, sobre a vida de: Mandela, Martin Luther King, Mahatma Gandhi, Jesus Cristo, Dra. Elisabeth Kubler Ross, Marie Curie, Patch Adams, Dick e Rick Hoyt, entre tantos outros expoentes da esperança dos mais diversos seguimentos de nossa sociedade.
Mas também podemos associar a estes “exercícios” o uso das essências florais.
O Dr. Edward Bach, criador das Essências Florais Inglesas conhecidas como Florais de Bach, atento a este estado de espírito da desesperança e do quanto ele contribuía para o surgimento de patologias ou para a manutenção e agravamento das doenças humanas, buscou na natureza a flor do Gorse para preparar uma essência floral que agisse como um tônico para a Esperança.
O Gorse – Ulex europaeus, é um espinheiro comum na Europa, originário da Índia, mas que também existe aqui no Brasil. Essa planta também é conhecida com Giesta, Ginestra, Genêt, ou Tojo.
É uma planta muito resistente, aguenta bem o fogo, assim como aguenta o gelo, e é comum vê-lo florescer, com suas perfumadas flores amarelo ouro, por debaixo do gelo nos campos da Inglaterra.
Sua flor é aromática e doce, e com ela pode-se fazer uma deliciosa bebida primaveril, um verdadeiro néctar, e também sorvete e perfume.
Dr. Edward Bach percebeu que assim como o Gorse resiste às agruras do tempo, mantendo a doçura da sua flor amarelo ouro, a essência floral preparada a partir dessa flor, renova a esperança, adoçando a vida, fortalecendo a fé, trazendo uma ensolarada alegria, bem como a renovação da vitalidade e do otimismo, ainda que se esteja vivendo tempos de vida difíceis, quando já não se acredita mais na possibilidade da volta do bem estar. E ao acordar a esperança na alma cansada e dorida, é como se o alvorecer de um novo dia surgisse aquecendo esta alma humana, estimulando-a a que passe pelas adversidades da vida mantendo-se ativa na construção do bem estar rumo à realização dos sonhos acalentados.