Quem não ouviu falar do filme Matrix, onde os seres humanos estão adormecidos, vivendo uma ilusão mental, acreditando que esta é sua vida real, onde creem estar no comando de suas vidas, enquanto são escravos de uma outra consciência?
Já encontrei pela vida, e também em meu consultório de terapia floral, gente que me lembra – e muito – os humanos adormecidos do filme Matrix, que adormecem suas consciências e levam suas vidas no automático, robotizados, obedecendo aos ditames da mídia; massificados pelos desejos da moda, do desespero e pânico semeados pelos noticiários, dos filmes criadores de heróis violentos, achando que são eles os senhores de suas histórias, enquanto na verdade, simplesmente, repetem um condicionamento manipulador, sem se perguntarem se são o que parecem ser, se gostam do que fazem, se concordam com suas palavras e atitudes, se a escala de valores internos condiz com a realidade de suas realizações…
Sabem pouquíssimo, verdadeiramente, sobre si mesmos. Vivem no dia-a-dia uma realidade ilusória, acreditando ser uma verdade absoluta.
É alguém que acorda todos os dias, toma seu café da manhã e sai para sua rotina diária sem enxergar o real significado tão especial, mágico ou sagrado de seu cotidiano, da natureza, das pessoas ao seu redor ou de si mesmo, não compreende o sentido verdadeiro da sua vida, nem porquê esta aqui.
Parece que um dos sentidos que lhe permitiriam perceber e sentir o real fruir da vida está embotado ou obstruído.
Segue distraído de si, não notando as conexões entre suas ações e as reações das pessoas, dos acontecimentos, ou de sua saúde e por isso culpa com freqüência os outros por seus fracassos, sofrimentos, decepções, angústias, e ansiedade. Ausenta-se da autoria de sua própria biografia.
Talvez até você que esteja aqui agora comigo, lendo este texto, sinta-se ou já tenha se sentido desta forma, conviva ou já tenha convivido com alguém assim, que olha para a vida sem entender seu porquê, e sem se perguntar sobre sua real razão de existir, que vai simplesmente levando.
O imediatismo, em casos assim, toma conta de seus atos. A pessoa então vive, busca sua felicidade desordenadamente tentando abocanhar a vida com compulsão, num consumismo louco ditado pela mídia e pelas necessidades criadas por ela. Detesta o silencio, pois teme ter que se deparar com o vazio existencial que o consome, já que não sabe o que fazer com ele. Não é difícil que esteja viciado em adrenalina, na tentativa de suprimir este buraco interior, trabalhando demais, vivendo perigosamente, dirigindo muito rápido, bebendo muito ou se drogando de alguma outra forma. Nas relações afetivas não chega a criar intimidade emocional, costuma consumir as pessoas e descarta-las, com a mesma volúpia com que compra e descarta as coisas.
Por vezes se entristece, ou torna-se frio e distante, pode até ficar agressivo, revoltado, tentando tomar à força aquilo que não entende ou que acha que não pode ter. A inveja aparece, inveja de quem pulsa no ritmo da vida, de quem é diferente de si, de quem é fiel a si mesmo, e de quem tem amor. E o rancor instala-se em sua alma por sua vida não ser tão especial como acredita que deveria ser. Usa às vezes talismãs, amuletos, para com isso criar a ilusão de estar protegido ou de ter algum poder.
Geralmente sente-se esquecido ou abandonado por Deus, pela vida, pelo destino, quando algo não dá certo.
E realmente está esquecido e abandonado, porque abandonou a si mesmo no meio da jornada e esqueceu de quem é e do que veio fazer aqui…
A vida é bem mais que um processo automatizado de reações bioquímicas. A vida humana inicia-se a partir de uma alma divina, que é convidada a vir para cá, para a Terra, aprender sobre si mesma e sobre o amor.
Assim viver verdadeiramente envolve: experienciar, experimentar, sorver, envolver-se, pôr o coração no aqui e agora, com respeito, responsabilidade, assumindo direitos e deveres, com consciência de si e amor, dando espaço para que a alma preencha, anime e inspire a personalidade humana e suas realizações, desenvolvendo sua humanidade.
Despertar, ganhar consciência, encontrar sentido para a própria existência dá trabalho, requer uma certa disciplina, e uma constância em se auto-observar – e à vida – para reconhecer em tudo a beleza, a sabedoria, o divino e o amor que dão sentido ao todo e que são os geradores da felicidade. Como no filme Matrix há uma luta a ser travada, mas dentro de nós mesmos, contra o comodismo, a dispersão e as ilusões.
Caso tenha de alguma forma se identificado com essa descrição, ainda que em parte, e deseje levar a vida com mais alma e significado algumas dicas:
A princípio é preciso mudar o ritmo, então se anda muito acelerado… como que se estivesse num trem desgovernado… pare… respire… sorvendo devagar cada gole da existência. Se, por outro lado, anda muito devagar… deixando a vida passar por você… imponha-se um novo ritmo mais ágil… sorvendo atentamente cada segundo do seu dia.
Abra-se para observar a vida nos detalhes que lhe dão sentido, como por exemplo:
Respirando devagar aprecie esta sua capacidade de controlar o fluxo de ar e de vida que entra em seus pulmões. O ar o alimenta com energias poderosas de renovação da vida. O ar é também o sopro divino a alimentar sua chama espiritual.
Não se impressione tanto com os filmes, comerciais, novelas, notícias… Impressione-se mais com sua própria vida.
Coma devagar apreciando aquilo que ingere, e sendo grato do grão à mão que o plantou, àquela que o colheu e também à que o serviu à mesa.
Vá ao encontro das pessoas, e desfrute da companhia delas sem exigências, críticas, medos ou reservas. Olhe-as nos olhos, prestando muita atenção em quem está com você.
Entregue-se ao amor e ofereça o seu melhor para todos.
Compre menos.
Desfrute da natureza e do cosmos. Sinta a brisa, encante-se com as estrelas, aqueça-se ao sol…
Acompanhe o desabrochar das flores… Estude o grande livro da vida na natureza, e veja como tudo se encadeia, perfeitamente, numa rede de apoio universal de forma que a existência de uma estrela como o Sol mantém a vida na Terra, assim como as plantas verdes mantêm nosso oxigênio, e nós garantimos o gás carbônico para a subsistência delas.
Medite sobre Deus, leia, informe-se e reflita sobre a sua origem divina.
Use essências florais. Acordar a consciência ajudando-a a se expandir e se autoconhecer é uma das curas mais preciosas que advém da Terapia Floral, pois as essências florais aproximam nossas personalidades da alma da natureza nos ajudando a relembrar do divino e do sagrado que há em nós e em tudo que nos cerca. Num estágio profundo de cura através dos florais, passamos a ver, ouvir e perceber com nitidez o que nossa alma nos pede para sermos através de nossas personalidades humanas e de nossos corpos físicos aqui na Terra, em profunda conexão com Deus e com a natureza.
Olhe para si mesmo, e veja a maravilha da vida a se desdobrar, na renovação diária das células de seu corpo, nos movimentos precisos de seus músculos, no tom de sua voz, na cor de sua pele…Você é o resultado final de suas emoções e pensamentos.
Olhe para si mesmo, para seus sentimentos, para quem você é… só você pode sentir da forma como sente, pensar seus pensamentos, você é único… então sinta e seja o que você genuinamente é. Seja autêntico, diga sempre a verdade para si, encontrando as reais razões para aquilo que deseja e faz.
Descubra qual seu dom, aquele que o diferencia e o faz muito especial e necessário para a vida de todos na Terra.
Decida-se por voltar a estar presente, apesar dos traumas, dores, mágoas, ignorância, tristezas e decepções que o envolvam, assuma responsabilidades por manter-se saudável e feliz.
Já é tempo de recobrar a memória de quem você é: um ser especial, divino, imperecível, viajante do tempo e da vida. Criando experiências que levarão você de volta para si, e através disso para Deus.
O vazio existencial é decorrente de não sabermos quem somos, onde estamos e por que estamos. Preencha-o com informações sobre seu próprio ser. E não se permita mais seguir modismos, ou ter sua energia usada ou sugada pelos outros.
Envolva-se em amor. Dê para si do afeto, da gentileza, da disponibilidade emocional, da tolerância que você ofereceria a alguém muito amado. Mesmo que já tenha muito errado, mesmo que se sinta imperfeito, ou sem saída, envolva-se num abraço de boas vindas, acolha-se. Peça a si mesmo autorização para voltar a sentir, a ver, a ouvir, a perceber o pulsar da vida, o ritmo da vida…
Descubra a felicidade de se sentir livre, pleno, autêntico.
Desperte e entre na festa, ela foi preparada para você.